A identidade poética entre Paulo Leminski e Jaime Vieira
Aqui Jaime Vieira relata como a poesia inspirou a amizade com Leminski
Propositalmente iniciei a escrever esse artigo no final da noite deste dia 24 de agosto, data em que, se estivesse vivo, Paulo Leminski estaria completando 80 anos. Escritor, crítico literário, jornalista, publicitário, tradutor, professor e também deixou sua marca na música com composições gravadas por alguns dos ícones da do cenário musical brasileiro. Bem, como os gênios se atraem, resolvi resgatar o elo de admiração mútua que existia entre Leminski e um dos mais consagrados poetas maringaense: Jaime Vieira.
Não foi casual. Minha admiração por ambos foram, proporcionalmente, aumentando a medida que me enveredava nas criações de ambos. No caso de Leminski, confesso que em alguns de seus poemas muitas vezes ficava confuso pela estrutura fragmentada e jogos de palavras, explorando temas variados com uma profundidade inusitada. Diferente de Jaime Vieira, que envolve seu leitor em uma poética harmonização de lirismo e reflexão filosófica. explorando temas como a identidade, a memória e a condição humana.
Mas como admirador, amigo e colega ocupando cadeiras em pelo menos duas agremiações literárias- a Academia de Letras de Maringá e União das Artes, Jornalismo e Literatura (UNIJORE), resolvi pedir ao poeta maringaense Jaime Vieira para que relatasse como se conheceram e fizesse uma narrativa com suas próprias palavras, como Paulo Leminski se inspirou para criar uma poesia em sua homenagem e vice-versa.
Com a palavra, o poeta Jaime Vieira:
Conheci Paulo Leminski, em 1986 quando foi convidado pela Secretaria de Cultura para fazer uma palestra na Biblioteca Bento Munhoz da Rocha. Na época eu era presidente da UEMA, União Maringaense de Escritores, que originou a Academia de Letras de Maringá. Nessa condição, a Secretaria de Cultura pediu que eu mostrasse a cidade para um pequeno city tour antes de sua palestra à noite, tendo como tema a poesia contemporânea.
Passamos praticamente uma tarde inteira no Parque do Ingá. Nesse encontro, Joel, a minha poesia mudou. Ela passou a ser condensada, menor, após um conselho que eu nunca vou esquecer. “Jaime, quanto menos a gente escrever e mais a gente disser, muito mais o poema se aproxima como objeto de arte”. Então dei uma guinada e editei o meu livro Asas, que são só poemas curtos, mas sem perder a intensidade e o lirismo.
Ele se emocionou quando eu declamei o poema para ele, Sonhos para John Lennon, lá no Parque do Ingá. Ainda sob a emoção da homenagem eu fiz ao Lennon, e sabendo que meu próximo livro seria lançado em breve, prometeu que mandaria um poema em minha homenagem para você. Pensei com meus botões que ele falou para eu falar mas me enganei ao ser surpreendido com o telefonema dele.
Leminski gravou o texto na secretária eletrônica e transferi pra meu novo livro. Desse telefonema surgiu o diálogo poético; do poema dedicado a minha pessoa intitulado Máquinas Líquidas para Jaime, retribui a gentileza escrevendo Líquidas Lâminas para Paulo. Ficou assim um diálogo poético, que foi publicado nesse meu mais recente livro, Encantologia no Reencanto II, abertura para esse livro.

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