Maringá se despede de Eduardo Celidonio, criador do Cemitério Parque
Foi sepultado às 11 horas desta segunda-feira, 22, o empresário e desportista Eduardo Celidonio, que morreu domingo aos 78 anos. Ele morava em Maringá desde a década de 1970, mas sua família tem negócios na região desde a década de 1940, quando as atuais cidades eram ainda pequenos núcleos urbanos ou nem existiam.
Familiares e ajmigos participam da despedida a Eduardo Celidonio no Cemitério Parque Foto: Linha Comunicação
Eduardo foi sepultado junto à mãe e outros familiares no Cemitério Parque de Maringá, que ele criou há 36 anos, onde era uma fazenda que seu pai comprou no ano em que ele nasceu, em 1944, na Estrada Mandacaru, para plantar café. E foi justamente o café o responsável pela mudança de Eduardo Celidonio para Maringá.
No automobilismo com Fittipaldi
Filho de família rica – seu pai, Ruy Celidonio, era um bem-sucedido corretor da Bolsa de Valores de São Paulo, dono de muitos imóveis e com fazendas em diferentes Estados -, na juventude Eduardo pôde dedicar-se aos esportes acessíveis somente aos ricos na época, como o automobilismo.
Ele próprio comentava que o autódromo de Interlagos era sua segunda casa. Lá participava de provas de alta velocidade e chegou a participar das grandes corridas ao lado de amigos de mocidade que ficaram famosos mundialmente, como os bi e tri campeões Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet.
O Eduardo piloto participando de corridas em Interlagos Foto: Arquivo Familiar
Também praticou o tênis de campo e levou esta paixão por toda a vida, pois mesmo com o avanço da idade e a limitação dos movimentos por conta de um AVC, continuou em quadra, mesmo que fosse ‘só de brincadeira’. Aproveitando o quintal de quase meia quadra, construiu uma quadra para ele e o filho, depois, como os amigos também apareciam, construiu mais uma, depois outra, e mais outra e assim nasceu a Eduardo Celidonio Escola de Tênis (ECET, ou E7).
Um cemitério sem granito, sem estátua de santo
O café trouxe Eduardo para Maringá. Aliás, não exatamente o café, mas o que sobrou dele após as geadas de 1975.
Ele foi incumbido pelo pai de achar destinação para as terras da família, agora sem café. E, talvez por não achar alternativa, sugeriu a construção de um cemitério parque, uma modalidade que vinha se expandindo nos Estados Unidos e Europa.
A família discordou, mas ele persistente e, aos poucos, foi convencendo um por um até que no final da década de 1970 foi iniciado o cemitério, mas a família ainda teve que esperar até 1983 para conseguir as licenças da prefeitura, porque o então prefeito João Paulo era contra este tipo de empreendimento. As licenças só saíram depois que Said Ferreira virou prefeito.
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Cemitério Parque de Maringá é modelo copiado por vários Estados Foto: Linha
Hoje o Cemitério Parque de Maringá é considerado modelo e já tem mais de 7,5 mil sepultados. Entre eles, vários membros da família Celidônio e agora o próprio criador do cemitério.
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